Uma lembrança.

Clístenes foi o legislador de Atenas, que introduziu um pacote de reformas consideradas fundamentais para o nascimento da democracia. Democracia: demo, povo, e kratos, poder soberano. O poder soberano ao povo. Isso em 514. a.C. De lá para cá, a participação popular na política se consolidou, a ponto de, hoje, ser um divisor de água entre as Nações, aquelass assentadas nos direitos dos cidadãos, e as que fincam suas estacas no terreno pantanoso das ditaduras, sob a mão de ferro de déspotas e sanguinários.

Quinto Túlio, no ano 64 a.C, em carta ao irmão, o grande tribuno Cícero, que se candidatava ao Consulado de Roma, dizia: Três são as coisas que levam os homens a se sentir cativados e dispostos a dar o apoio eleitoral: um favor, uma esperança ou a simpatia espontânea.

Se a política é a arte do possível, como tem sido conceituada, cabe considerá-la cada vez mais um exercício de fuga diante da realidade, principalmente nesses tempos de  teatralização da vida pública, povoada por atores que recitam ladainhas decoradas e publicitários interessados em embalar os perfis no celofane de um ilusionismo falso.

O país está de um lado e o Governo, de outro. As derrotas sequenciais do Governo no Congresso Nacional e as falas desastradas do presidente Lula mostram que a gestão  governamental está apartada da moldura política. E, por consequência, da esfera social. Até parece que o governo faz ouvidos moucos ao clamor social. Insensibilidade ou ignorância? Lula tenta se agarrar ao velho discurso de que importa, sobretudo, aumentar a gastança, abrir os cofres e mandar para a cesta de lixo o manual de controle fiscal. Se deu certo, ontem, deve pensar, por que não dará certo hoje? O dólar dispara, a bolsa de valores despenca, a teia de apoios ao governo no Congresso se esgarça. O Brasil político anda de cadeira de rodas, o Brasil econômico navega no fio da navalha e o Brasil social enfrenta as últimas ondas de esperança.

O ódio se espraia pelos vãos e desvão das democracias contemporâneas. Não são apenas balões de lixo e fezes que deixam perplexa a sociedade mundial, como os apetrechos jogados pela Coréia do Norte sobre a Coréia do Sul. Como se sabe, aquela ditadura é capaz de tudo, inclusive, acionar artefatos nucleares para deflagrar uma guerra mundial. O que nos causa surpresa e perplexidade é o fato de que, no seio da maior democracia ocidental, os Estados Unidos da América, conceitos que imaginávamos fechados a sete chaves no baú da história, como guerra civil, guerra entre alas da comunidade, voltem a atormentar os espíritos.

A lembrança vem rápida, puxada do baú das reminiscências. Nos meados dos anos 60, repórter iniciante do Jornal do Brasil, na época o mais admirado do país, desloquei-me à Sudene, na av. Dantas Barreto, em Recife, para cobrir a reunião mensal dos conselheiros do órgão, composta pelos 9 governadores da região e representantes de Ministérios.

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