O ódio se espraia pelos vãos e desvão das democracias contemporâneas. Não são apenas balões de lixo e fezes que deixam perplexa a sociedade mundial, como os apetrechos jogados pela Coréia do Norte sobre a Coréia do Sul. Como se sabe, aquela ditadura é capaz de tudo, inclusive, acionar artefatos nucleares para deflagrar uma guerra mundial. O que nos causa surpresa e perplexidade é o fato de que, no seio da maior democracia ocidental, os Estados Unidos da América, conceitos que imaginávamos fechados a sete chaves no baú da história, como guerra civil, guerra entre alas da comunidade, voltem a atormentar os espíritos.

A lembrança vem rápida, puxada do baú das reminiscências. Nos meados dos anos 60, repórter iniciante do Jornal do Brasil, na época o mais admirado do país, desloquei-me à Sudene, na av. Dantas Barreto, em Recife, para cobrir a reunião mensal dos conselheiros do órgão, composta pelos 9 governadores da região e representantes de Ministérios.

Os governos costumam creditar parcela de seu insucesso ao que designam como “herança maldita”. Mas a pior herança tem origem lá atrás, ao correr do fluxo civilizatório. Como reconhecem alguns dos nossos cientistas sociais, entre eles Hélio Jaguaribe, o Brasil conseguiu, entre os anos 40 e 70, montar o mais moderno Estado do Terceiro Mundo, ainda que este Estado tenha sempre carregado uma elevada dose de cartorialismo e clientelismo.

O país parece correr à deriva. Sem rumo nem prumo. O Judiciário adentra outros habitats, interferindo na afamada tríade dos Poderes

A foto é emblemática. Uma égua no alto do telhado de uma casa, olhando para a água que a cerca. Sem enxergar um palmo de terra firme que a encoraje a sair do desconforto. Na maior tragédia pluviométrica que assola o Rio Grande do Sul, o cavalo de Canoas, uma das cidades inundadas pelas enchentes, simboliza a perplexidade que toma conta não apenas dos gaúchos, mas de todos os brasileiros que nunca viram cenas tão devastadoras e intensas quanto as que lhe são expostas pela teia midiática. A cena de uma garotinha pedindo que o barqueiro pegasse uma boneca que flutuava na água é comovente. A boneca era um bebê. Realismo fantástico.

Trata-se do contingente de candidatos que tentarão mostrar aos eleitores, nas eleições de outubro, uma boca cheia de intenções

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